segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mobilidade Urbana em Paris e os R$ 0,20 do Brasil!

Pois é, esses são os R$ 0,20 centavos mais conhecidos da história do Brasil! Essa quantia levou a um inimaginável levante popular no Brasil que provocou uma reação em cadeia. Dos R$ 0,20 de aumento na passagem do transporte da capital de São Paulo a exigências como: melhoria dos transportes públicos, da educação, da saúde; clamor por reforma política, respeito, fora corrupção, etc... E é por isso que o Educações pelo Mundo se sente na obrigação cidadã de fazer um post para colaborar com o debate democrático que ocorre no Brasil e no mundo. 

Ao chegar em Paris e ter contato com os meios de transporte público daqui,  fiquei com a ideia de fazer um vídeo sobre as facilidades de locomoção que essa cidade oferece. Estava no processo de captar imagens e fotos para bolar um vídeo....... quando a revolução estourou!

O vídeo ainda não está pronto, pois resolvemos incluir imagens da manifestação ocorrida aqui em Paris no dia 22/06, então, por enquanto vou registrar com textos e fotos. Espero que gostem e compartilhem a experiência e opinião de vocês! Mas antes quero deixar algo bem claro, tudo o que relato aqui não é para mostrar como a França é melhor que o Brasil!! Não, não é essa a proposta! A ideia é mostrar soluções que julgo interessantes e que podem contribuir para as cidades onde vivemos no Brasil, soluções que podemos propor em instâncias públicas ou privadas para a melhoria do transporte nas nossas cidades. Blz? 

Então....


BICICLETAS

Essas são as minhas favoritas! Em toda a cidade há pontos de "aluguel" de bicicletas, e eu coloco aluguel entre parênteses porque o valor para pegar uma bicicleta é de somente 1,70 euros para usar um dia inteiro (24h). Você pode fazer planos de uma semana a um ano para poder usar as bicicletas em toda a cidade. E vocês não irão acreditar, o pacote de 1 ano custa de 19 a 39 euros somente, lhe permitindo uso ilimitado. 

Mas não tem só as bicicletas do Vélib, várias pessoas possuem suas bicicletas que usam para ir para todo lugar em Paris. Tem até estacionamento para vélo (bicicleta em francês), vocês acreditam? Eu fiquei tão encantada, que até comecei um projeto fotográfico para registrar as bicicletas de Paris, hehehe. E o mais bacana é você ver mulheres de salto, homens de terno e gravata andando pela cidade de bicicleta, é muito inovador para mim! Algo tão antigo e tão inovador para os dias de hoje! Bicicletas! 














Pontos do Velib para pegar uma bicicleta. Elas são ótimas, tem farol de led, sininho (buzina), cestinha e luz traseira, hehe, muito bom! 





Estacionamento de bicicleta. Questão de prioridade! Uma cidade que ainda tem muito carro na rua, mas mesmo assim prioriza um espaço para você estacionar sua bicicleta. E se tem estacionamento de bicicleta tem também ciclovias! 






METRÔ, ÔNIBUS E TREM

Nunca vi nada igual! Qualquer lugar que você quiser ir em Paris você vai de metrô. É incrível! Dá uma olhadinha no mapa do metrô...




Além de tudo, as informações são fáceis de entender, estão em todas as estações e é tudo muito bem sinalizado. Facilmente você fica autônomo na cidade conseguindo andar sozinho para todo lado. Para comprar os tickets você procura uma máquina que tem instruções em inglês, francês e espanhol, mas ainda muita gente tem dificuldade para usá-las, e muitas vezes os informantes não tem a mínima paciência com os turistas...um ponto negativo. Além de ter estações bem sujas, mas também muita gente joga lixo no chão, faz xixi nas estações, é complicado manter tudo sempre muito limpo. 

E por falar em tickets, temos por aqui o Navigo e o Navigo Découverte (para turistas/de passagem). Esses tickets, na minha opinião, são fantásticos! Você paga um valor de 65 euros por mês (esse valor varia de acordo com a zona de abrangência) e tem acesso ilimitado a metrô e ônibus durante os dias de semana, e ao RER (trens que vão para zonas mais afastadas de Paris) nos finais de semana. Ou seja, você pode andar em Paris, pegar quantos ônibus e metrôs que você quiser no mês e você paga um valor fixo. Para turistas, tem a opção de comprar o Navigo Décourverte de 1 semana, que sai mais barato  que comprar ticket avulso. 




Tanto nas estações de metrô quanto nas paradas de ônibus você tem um informativo eletrônico que lhe informa quantos minutos faltam para os próximos metrôs/ônibus chegarem. 





Os ônibus estão sempre (pelo menos os que eu já vi e peguei) em um excelente estado de limpeza e conservação. 




Os trens ligam Paris a várias cidades da França e da Europa. 








TRANSPORTES ALTERNATIVOS




Andar a pé, de patinete, patins e skate! Sim, tem muita gente que opta por eles, e não são poucos! O patinete então, é muito usado pela garotada e até por madames em cima do salto. 


CARROS E MOTOS

Mesmo com toda essa estrutura, na cidade de Paris há um trânsito absurdo, mas vale lembrar que ela é uma das cidades mais populosas do mundo e uma das que recebe o maior número de turistas. Além disso, ainda tem muita gente que não quer abrir mão do seu "conforto", e também há aquelas que realmente precisam de usar carro. Mas podemos perceber claramente que a cidade não dá prioridade para o uso de carro, pois a maioria das ruas são pequenas e estreitas, os passeios são mais largos e há poucos prédios com garagem.  

Mas existe aqui também, assim como as bicicletas, pontos espalhados pela cidade em que você pode "alugar" um carro. Só que o diferencial desses carros é que eles são elétricos. Quando vi esses pontos pela primeira vez, fiquei me perguntando: por que será que esses carros ficam ligados em algo semelhante a uma tomada??? kkkkk















Enfim, espero que tenham gostado desse post e que ele possa contribuir para pipocar ideias em nossas cabeças e propormos alternativas para a nossa cidade. 



Até o próximo post!  



Fotos: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo

Sites consultados:

http://www.velib.paris.fr; http://viverparis.blogspot.fr; http://www.viajenodetalhe.com.br. 



domingo, 9 de junho de 2013

Bazar ao Ar Livre e a Morada do Amanhã!


 



Quando olhamos para o horizonte podemos ver o encontro de dois mundos: o que é hoje e o que será amanhã. Muitas vezes nos esquecemos que o que plantamos hoje colheremos no futuro, esteja ele perto ou longe. 

Essa reflexão vem a partir de uma visita a " Cidade das Ciências e da Indústria" aqui em Paris para conhecer a exposição: Habiter Demain. Ré-inventons  nos lieux de vie. A exposição traz uma mostra com as possilidades de inventar e reinventar o futuro das nossas moradas. Trazendo dados de diferentes modos de morar pelo mundo, a exposição mostra que o menos, será sinal de mais para o futuro. Menos objetos de plástico, menos "tralha" guardada em casa. A proposta para o presente é compartilhar! Compartilhar energias renováveis, jardins e espaços coletivos em um edifício por exemplo, é requisito fundamental para as construções do futuro. 

Grama no telhado, plantas nas paredes externas, horta, jardins no térreo, placas solares, miniturbinas eólicas no telhado de casa? Pois é, essas são as moradas do futuro. 




Encontrei uma informação nessa exposição que revela que as famílias do século XXI possuem uma média de 100 a 200 objetos dentro de casa, isso parece pouco, mas quando você coloca tudo para fora de casa você percebe o quanto temos de coisas "para dar e vender". 

A exposição traz fotos que comparam famílias de vários países do mundo com todos os seus pertences do lado de fora de casa; mostra como ainda existem muitas pessoas que vivem em condições inabitáveis e que é urgente rever os padrões de consumo da atualidade. 

Rever conceitos e atitudes, mudar e reiventar nosso modo de viver! Essas são as propostas da exposição, que traz momentos interativos em que temos, por exemplo, que construir um edifício coletivo, onde você escolhe o material, como vai ser o sistema de distribuição de água, o sistema de ventilação, etc. A exposição é muito legal! Quem tiver mais interesse em dar uma olhadinha é só ir no site: 

http://www.cite-sciences.fr/francais/ala_cite/expositions/habiter_demain/index.html


Henrique "construindo" um edifício. 


BAZAR NA RUA

Ontem fomos a exposição e hoje, quando acordamos e olhamos pela janela, vimos  no meio da rua um aglomerado de gente. Nos perguntamos: o que será que está acontecendo? O Henrique foi comprar pão e quando volta lhe pergunto: -  e aí? O que acontece? E ele me responde: - tem um monte de gente vendendo objetos, móveis de casa na rua!

Eu só pensei: tenho que sair para ver e fotografar isso! 

Crianças vendendo seus brinquedos antigos, famílias vendendo móveis, sapatos, roupas, vinis, cd's, dvd's; tinha de tudo! A experiência foi muito interessante, pois é uma nova proposta para o amanhã, o compartilhar. Por que eu tenho que comprar tudo novo? Alimentar um sistema que tem que degradar a natureza para tirar dela os recursos naturais para produzir mais objetos? Juntar objetos dentro de casa e deixar guardado o que não usamos, achando que um dia vamos usar, tornou-se uma prática insustentável. 

E pensando bem, é uma proposta interessante para uma associação de bairro; junta os moradores, cada família monta seu ponto de venda, ou troca; tem aquele que quer vender uns aperitivos, tem a banda que tocar e divulgar sua música...GOSTEI! 

Fotos da feira/bazar:






















Pois é pessoal, só queria compartilhar essa experiência com vocês! hehehe! 

Grande abraço! 


FOTOS: Fernanda Araújo



domingo, 2 de junho de 2013

Lá vem o sol....



Pipa, bambolê, música, amigos, criançada? "Tem sim senhor"!


Quando o sol aparece nos céus de Paris, estão todos eles nos mesmos lugares: parques, bosques e jardins. Pois é, o SOL, que tanto nos abençoa no Brasil, aqui faz muita falta. Desde que estamos aqui, hoje foi o segundo dia consecutivo que ele apareceu, de forma tímida, mas apareceu. Quando isso acontece, é uma coisa impressionante, uma multidão de pessoas sai para os parques; na grama, tem um "mar" de gente aproveitando o tão esperado sol.



Aí, vemos de tudo! Arrisco dizer que os parques em Paris são como as praias brasileiras, as pessoas deitam, tiram a camisa e curtem os raios abençoados. Porque realmente gente, sem sol, não dá para ser feliz! E com a presença divina do sol os grupos saem de seus guetos: a turma do teatro, o grupo de amigos, o pessoal do circo, as famílias...






Aqui, estamos como eles, o sol saiu, a gente corre para um parque; dois mineiros correndo para a praia dos parisienses!



  


E quando o sol mostra o seu resplendor por aqui a cidade fica mais charmosa...



Vista da Torre Eiffel. 



Pôr do sol no Montmartre. 



Sacre Couer. 



Sacre Couer. 



Montmartre. 



Montmartre. 



Ponte sobre o rio Sena. 


Fotos: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo. 




Por isso galera do Brasil, aproveitem!!!! Saiu o sol, saiam também! Bicicleta, patins, pique nique, amigos, CACHOEIRA (ai que saudade), nada melhor para um dia de sol!


Beijos e até breve!!