sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Descobrindo a Ilha Mágica








Depois de assistir a esse vídeo você já pode estar imaginando o porquê do título desse texto. A nossa segunda parada como voluntários nos mostrou esse lugar muito especial. A Irlanda sempre foi conhecida como a casa dos celtas, com florestas misteriosas, música boa e um povo receptivo. Foi nessa segunda experiência que experimentamos um pouquinho disso tudo. Tem algo diferente no ar desse país!

Com uma população em torno de 4,5 milhões de habitantes, esse país tem um ar de mistério nas cidades, principalmente nas menores. Quando você entra em um pub bem tradicional parece que você está dentro de um filme. Quando entra dentro de uma floresta então... você já pensa nos celtas e em toda a magia do lugar! Fazer trabalho voluntário  na Irlanda tem nos reservado muitas surpresas! Como por exemplo , uma floresta onde moram fadas, plantas que cantam e ervas que curam. Isso tudo em um lugar só! 




Floresta das Fadas. Segundo a proprietária da terra, só podemos entrar se as Fadas permitirem. 


Momento mágico



UMA FAMÍLIA DO OUTRO LADO DO OCEANO

Esse novo período que tivemos foi mágico em todos os sentidos! Apesar de não ser fácil viajar dessa forma, não podemos reclamar, pois até aqui tivemos ótimas experiências, e nesse lugar conhecemos uma família muito especial. É uma família de ingleses que moram na Irlanda há muito tempo, possuem um lugar maravilhoso e preservam a vegetação local ajudando a plantar mais árvores nativas. A namorada de um dos filhos é japonesa, nunca vi tanta doçura em uma pessoa só. E os cachorros .... nunca vi nada igual! São nossos companheiros e protetores.

A primeira semana sempre é mais difícil, pois existe um período de adaptação que muitas vezes não é fácil. Além de ter que se adaptar a uma nova rotina, se adequar aos horários, à comida e às novas personalidades, temos que abrir nossa mente para entender e conviver com novas formas de pensar, sem fazer julgamentos que podem tornar o dia a dia bem difícil. Imagine só, de um dia para o outro você entra em uma casa e passa a conviver com pessoas que você nunca viu na vida? Isso é bem diferente para nós, no entanto, tudo isso tem nos ajudado a crescer e a enxergar nossos medos e preconceitos. Pode ser um clichê dizer isso,  mas fazer esse tipo de trabalho abre a nossa mente para um mundo que não conhecemos e para ver quantas possibilidades temos à nossa frente. E uma dessas possibilidades é poder ter uma família do outro lado do oceano!



Família




Lui




Dave



Noite brasileira com direito a mandioca, feijão, farofa, bife acebolado e pão de queijo.


Noite japonesa




O TRABALHO DE CADA DIA

Trabalháva-mos em torno de seis horas por dia ajudando a manter um jardim com ervas medicinais. A proprietária do local é médica herbalista e quase todos as flores que ela precisa para fazer os remédios vinham do jardim.



Minhas unhas nunca mais foram as mesmas...!!! 



Henrique fazendo weeding (tirar ervas daninhas)


Companhia durante o trabalho. 



Weeding



O cantinho de cada noite


Trabalhar em troca de ótimas e diferentes experiências, sim, esse é um novo jeito de viajar! Um jeito que encontramos para conseguir continuar essa viagem e que nos colocou em contato com um mundo totalmente novo. 

Percebemos que aqui na Europa, Austrália e Estados Unidos é bem comum as pessoas viajarem dessa forma, pois convenhamos, nem sempre dá para bancar uma viagem em que você tenha que pagar tudo, hospedagem, alimentação, traslados, museus, etc. Ficamos tão entusiasmados com esse novo jeito, que estamos aqui para compartilhar com vocês. Tenho que confessar que para mim não é tão fácil, pois acredito que não tenho "cabeça aberta" o suficiente para entender esse diferente jeito de viajar, mas é uma questão também de você querer enfrentar seus medos e preconceitos. Quando eu passei a assumir essa postura de "cabeça aberta" para o mundo de pessoas, costumes, culturas, novas formas de pensar e viver que estamos entrando em contato, é que passei a enfrentar cada momento de forma mais tranquila. 

Ainda tenho muitos medos, ainda estou "cheia de dedos", mas aos poucos a gente entende que fazemos parte do mesmo mundo chamado Planeta Terra, e que não precisamos ter medo do novo, mas aceitá-lo e dialogar com ele, procurar aprender todos os dias tudo que podemos.  

Vamos que vamos!! Um outro lugar está a caminho, jajá contamos para vocês a nossa terceira experiência. 

Grande abraço!   




FOTOS: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo






quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Libertem-me...




O post de hoje é dedicado aos ativistas do Greenpeace presos na Rússia por realizarem um protesto pacífico contra empresas que querem explorar petróleo no Ártico. Especialmente, à brasileira Ana Paula, que ganhou ainda mais o meu respeito depois que li suas palavras na carta que ela escreveu dentro da cadeia. Abaixo, segue o link onde você pode ler a carta na íntegra (vale a pena ler). 

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Precisamos-fazer-algo-todos-os-dias/

Depois que li a carta da Ana Paula me senti com uma vontade muito grande de escrever esse post, pois suas palavras vão ao encontro das muitas experiências que tenho vivenciado nessa viagem como vocês podem ver nos textos anteriores. Muito mais do que culpar as empresas que querem explorar petróleo no Ártico, Ana Paula trouxe uma reflexão que devemos fazer individualmente. Sabe quando a gente vai dormir, colocamos a cabeça no travesseiro e um monte de pensamentos começam a passar por ela?

Então, te convido nesse momento a pôr a cabeça no travesseiro e refletir...

Acredito que muito mais do que "brigar" com empresas que só pensam em seus lucros, desmatam, exploram, destroem e esgotam nossos recursos naturais, acho que seria interessante refletirmos: quem consome os produtos que essas empresas vendem? 

Pensando no petróleo, para onde ele vai? Gasolina, peças de carro, brinquedos, garrafas de pet....; plástico, plástico e plástico, onde isso tudo vai parar? De onde isso tudo veio? É iminente revermos os nossos padrões de consumo, e isso, não sou eu quem digo, há vários anos atrás já se discutia em âmbito internacional o problema do consumo não consciente. 

De forma irônica, a Rússia em 1977 foi sede da primeira conferência sobre desenvolvimento sustentável. Vinte anos depois na Grécia (1997), aconteceu a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, que foi promovida pela Unesco e onde se enfatizou muito a questão do "consumo responsável" (GADOTTI, 2008). A UNESCO dedicou a década de 2002 a 2012 como a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. São várias as linhas de luta pela mãe Terra, mas por que será que essas empresas continuam tendo o aval para a exploração descabida que promovem? 

Aí surge uma questão na minha cachola:

Os ambientalistas, as organizações que discutem a questão de um desenvolvimento mais sustentável podem controlar/proibir o quanto gastamos do nosso salário com produtos que custam muito caro para o planeta? Teoricamente estamos num país livre, teoricamente você tem o direito de ir e vir, de entrar ou não entrar em um shopping; há quem diga que quanto mais você gasta,  quanto mais alto é o seu poder de compra mais bem sucedido tu és. Então, a escolha está nas mãos de quem? 

O modo de vida é imposto pelas máquinas da publicidade das grandes corporações, mas não necessariamente somos determinados por elas. A participação e mobilização dos consumidores pode ser decisiva para o êxito da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (GADOTTI, pág.21, 2008). 

Estamos em 2013, a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável passou, o que será que mudou, e o que será feito nas próximas décadas? 

Você sabia que uma empresa que fabrica smartphones está desmatamento florestas nativas do Congo para tirar o recurso natural de que precisa para produzí-los? Por que o número de carros em Belo Horizonte e em outras capitais aumentou exorbitantemente? A culpa é do governo que não oferece transporte público de qualidade para os cidadãos? Por que não estou separando o meu lixo reciclável ainda? Será que a culpa é só do governo? Sempre é do governo? Será que não temos escolha, opções, voz?

Como vocês leram o meu texto está cheio de perguntas. No entanto, não tenho a pretensão de dar respostas e nem de ter respostas, mas se surgirem reflexões já consigo dormir hoje à noite, e quem sabe, acordar com um pouco mais de esperança.

Se uma de suas reflexões é saber o que você pode fazer para ajudar a pressionar o governo russo a libertar os ativistas do Greenpeace informe-se no site www.greenpeace.org.br.






O que posso dizer...  

Libertem-me...

Libertem-se...

Libertem-na...

Libertem-me das amarras desse dispêndio infame

Dessa tela que enquadra o meu pensamento..., pensante? 

Libertem-se desse burburinho ensurdecedor que cala consciência

Desse estrépito insistente que anuncia progresso e indiferença

Libertem-na da infâmia e do frio distante

Desse desígnio que fere, que prende, incessante. 

Libertem os nossos ativistas! 



FOTOS DA MANIFESTAÇÃO EM LONDRES (05/10/2013)






























Até o próximo post! Nele iremos descrever a nossa segunda experiência de trabalho voluntário na Irlanda em fazendas orgânicas. Inté....

FOTOS: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo

GADOTTI, Moacir. Educar para a Sustentabilidade. Ed. Paulo Freire, 2008. 


domingo, 29 de setembro de 2013

É...Agora Estamos Longe de Casa!

Olá queridos leitores! Como havia prometido, hoje o nosso post irá descrever a nossa primeira experiência com trabalho voluntário do outro lado do oceano. No último post não deu tempo de revelar nossa primeira parada como voluntários, mas logo logo vocês irão saber.  

Bom, depois de procurar...procurar e procurar por instituições onde podíamos trabalhar como voluntários, fomos ao escritório do VSI (Voluntary Service Internacional) em Dublin, e lá descobrimos o Wwoof (World Wide Opportunities on Organic Farms). Descobrimos então, que na Irlanda há muitas oportunidades de trabalho voluntário em fazendas orgânicas, por isso, decidimos ficar por aqui por mais dois meses.  No site do Wwoof na Irlanda - www.wwoof.ie - fizemos a nossa inscrição, para isso, tivemos que pagar 25 euros (o casal) para termos acesso aos 432 hosts que podemos entrar em contato e oferecer trabalho voluntário. No entanto, toda uma família pode se inscrever, por exemplo, o casal com um filho (a), ou um grupo de amigos que querem trabalhar juntos em um determinado lugar. Por isso, se você estiver um pouco inseguro para ir sozinho, chamar um amigo ou irmão(a) para ir junto é uma ótima opção. Quem tiver curiosidade em saber mais sobre essa opção é só entrar no site: http://www.wwoof.net. Há muitas possibilidades no Brasil (http://www.wwoofbrazil.com)  e no mundo, a organização está presente em 99 países, então, é só criar coragem, se planejar e, ir ... 

Assim, aqui começa a nossa nova jornada!  

Gostaríamos de compartilhar com vocês essa incrível jornada, que muitas vezes não é fácil, mas que nos faz aprender muito sobre o mundo em que vivemos e como existem diferentes e mais sustentáveis modos de vida. Sempre acreditei que era possível viver de forma mais sustentável, e essa experiência tem mostrado como diferentes famílias conseguem viver dessa forma. Por aqui, existem várias iniciativas que buscam oferecer às pessoas opções de alimentação mais saudáveis, como por exemplo, comida sem agrotóxico e sementes não modificadas geneticamente. Gostaria de dedicar um post no futuro sobre algumas dessas iniciativas. É por isso que muita gente diz que a Irlanda é um país verde, não só pelas suas belas paisagens, mas também por essas iniciativas "green". Assim, não faltam oportunidades de trabalho voluntário em fazendas orgânicas por aqui. Podemos dizer, que o aprendizado tem sido gigantesco, e que todas as adversidades são superadas quando entramos em contato com todos os saberes que os nossos hosts (quem recebe os voluntários) podem nos oferecer.

Abaixo, segue um vídeo que fizemos para contar para vocês a nossa primeira experiência como voluntário aqui na Irlanda. Espero que vocês gostem!







A CHEGADA

Foi uma experiência muito diferente quando chegamos na Sonairte. Pegamos um ônibus em Dublin e fomos em direção a um local que não conhecíamos e encontrar com alguém que só havíamos conversado por e-mail. Não sabíamos o que nos esperava, onde íamos dormir, como eram as pessoas que iam nos receber. Ao descermos do ônibus, simplesmente parei em frente ao lugar e pensei: "...É, agora estou longe de casa"! Foi uma sensação de medo do desconhecido, misturado com um sentimento de liberdade e uma vontade de voltar correndo para casa.

A chegada não foi tão tranquila e animadora, quem nos recebeu foi um senhor de idade que estava saindo apressado para ir a um concerto na cidade mais próxima. Ele simplesmente nos recebeu e nos encaminhou para o lugar onde iríamos ficar. O prédio tinha em média 200 anos desde quando foi construído e ao entrarmos pela porta nos deparamos com um lugar que não recebia voluntários há dois anos. Vocês podem imaginar como estava o lugar? Pois é, cheio de teias de aranha para todo o lado, super empoeirado e com uma cozinha de "cabeça pra baixo".

A vontade de chorar veio em seguida, quando eu e o Henrique olhamos um para o outro e nos abraçamos. Só chorava e agradecia por ele estar ali comigo. Foi um sentimento de que ele era a minha casinha ali naquele momento, e eu estava segura.

No dia seguinte, as coisas estavam melhores. Começamos a arrumar a casa inteira, mas para deixar tudo bem organizado levamos uns quatro dias! Depois de tudo organizado, as coisas começaram a ficar cada vez melhores! Estávamos ali para ajudar na limpeza do lugar para a comemoração dos 25 anos da criação do espaço. Limpamos a "casa" dos voluntários, os jardins e fizemos wedding (tirar o mato que cresce  no chão e nos jardins), e ajudamos a colher uma frutinha denominada RedCurrent da qual eles fazem geleia.

Nesse lugar foi a primeira vez que tivemos um jantar onde tudo que comemos veio do jardim ao lado da casa, que delícia de experiência! De quarta-feira a domingo nós tínhamos comida fresquinha e orgânica preparada no Sunflower Café que fica dentro da Sonairte. Nos dias de folga, podíamos andar por uma bela trilha que nos levava até um antigo castelo e curtir a paisagem! Não posso esquecer de comentar sobre as amizades, pois geralmente há outros voluntários em fazendas próximas, e que geralmente são de outras partes do planeta. Já temos amigos na China, no Japão, na Espanha, na Croácia, na Irlanda e na Alemanha. Só posso dizer que a experiência não cabe nesse texto!




Tudo orgânico!



Quarto que estava cheio de aranhas. 



Arrumando a cozinha. 




Casa nova. 


Apesar do início ter sido um pouco difícil, a experiência que ganhamos, as pessoas e os lugares que conhecemos superam todas as adversidades. Valeu muito estar nesse lugar! No entanto, outra lugar nos esperava, era hora de partir...

Espero vocês no próximo post!



FOTOS: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo






domingo, 1 de setembro de 2013

Trabalho voluntário pelo mundo, o início de uma nova jornada!

Experiências inusitadas, pessoas maravilhosas e vivências inesquecíveis! Isso tudo podemos ter fazendo trabalho voluntário. E se a ideia é viajar pelo mundo, aprimorar alguma língua como o inglês, e ter momentos memoráveis sem pagar muito caro, optar por um jeito diferente de viajar é indispensável. 

Assim, o Educações pelo Mundo dedica o post de hoje para abrir uma jornada de experiências que serão relatadas aqui nas próximas semanas. Ops.... se o próximo lugar que formos tiver acesso fácil à internet, ainda não sabemos essa informação.  Mas, espero que esse texto possa lhe inspirar a experimentar um novo jeito de conhecer o que o mundo pode nos oferecer, e, o que você pode oferecer a ele.



Voyager. 

Escultura denominada Voyager. Laytown/Irlanda



A vida nos reserva momentos que nunca poderíamos imaginar que fossem acontecer, e isso se concretiza muitas vezes, quando o futuro está turvo à nossa frente e não sabemos para onde ir. De repente, uma luz no fim do túnel aparece e você sabe que deve seguí - la. Pois é, isso aconteceu quando estávamos em Dublin. Havia pagado um mês de curso de inglês e um mês de hospedagem, não sabíamos para onde iríamos depois, comecei a ficar ansiosa, e para ajudar nessa minha ansiedade o euro subiu exorbitantemente. Foi aí, que apareceu uma luzinha...

Como havia falado no post anterior, a Irlanda é um país que lhe oferece muitas oportunidades para trabalhar como voluntário. Para se ter uma ideia do valor que isso tem aqui, um grande prédio em uma das principais avenidas da capital Dublin, a O'Connell Street, é usado como um espaço onde se tem exposições de trabalhos voluntários pelo mundo, palestras sobre o tema, funcionando também como um posto de informações sobre várias organizações que te "levam" para fazer trabalho voluntário em vários países, inclusive na Irlanda. Foi nesse lugar que encontramos um mundo de oportunidades que vieram ao nosso encontro para dar uma mudada no nosso rumo. 

Começamos a fazer trabalho voluntário em Dublin, ajudando a limpar uma das praias. Esse trabalho nos fez conhecer uma adorável senhora  que  nos deu uma carona até um lugar onde estava acontecendo o Festival das Rosas. Que experiência deliciosa....! Sabe aqueles lugares e momentos que não são para turistas verem?? Só o pessoal "de casa" conhece? Pois é, fomos parar num desses lugares graças ao trabalho voluntário. 

Agora, tínhamos que decidir para onde ir depois da Irlanda, então comecei a entrar nos sites das organizações que intermediam a ida para países onde sempre tem alguma ONG ou instituição que precisa de voluntários. Vou deixar aqui alguns nomes para vocês pesquisarem se tiverem interesse: 

- VSO - Voluntary Service Overseas; 

- VSI - Voluntary Service Internacional ( esse tem no Brasil, inclusive em Belo Horizonte); 

- AIESEC (tem no Brasil); 

- SERVE - Solidarity in Action; 

- Comhlámh; 

- Wwoof, etc. 

Bom, por aqui já são 2:14h da manhã (e amanhã tenho que trabalhar), não vai dar tempo de contar onde fomos parar. Então, não perca o próximo post que vai relatar o início dessa nova jornada! 

Um grande e caloroso abraço! 

FOTO: Fernanda Araújo






sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Plástico, Plástico e Plástico....onde isso tudo vai parar?

Depois de um longo tempo sem postagens, o Educações pelo Mundo volta com um post direto da Irlanda. Ficamos em Dublin durante um mês para dar uma aprimorada no nosso inglês e nos deparamos com um país maravilhoso e cheios de surpresas. No entanto, hoje vou me conter em escrever um pouco sobre a experiência que tivemos fazendo um trabalho voluntário nas praias aqui de Dublin. Aliás, em breve estarei dedicando um post para falar mais sobre essa experiência de voluntariado pelo mundo. 

Você pode estar se perguntando o motivo que me levou a dedicar um post para esse assunto. "Fernanda...você está em um país tão lindo, com uma cultura tão interessante e você vem contar para a gente sobre lixo...???? Bom, o porquê é bem simples, a maior parte do lixo que encontramos nas praias, nos rios e nas ruas são produtos de plástico, sacolas plásticas, copos descartáveis e muita, muita garrafa de pet, dentre outros. Como a maioria das cidades grandes, Dublin tem seu lado bem sujo, o rio, a praia, as ruas... As pessoas saem jogando o lixo na rua como se não entendessem o que isso tudo pode causar. Aliás, acho que não entendem, ou, não estão nem um pouco preocupadas e com vontade de entender. 


Lixo, lixo e lixo! Acredito que ele seja um dos grandes problemas do mundo hoje. Abaixo, deixo um vídeo de uma pesquisadora que fala sobre a História da Água Engarrafada: 





Aqui na Irlanda temos muitas oportunidades para trabalhar como voluntário, então, fomos à procura, pois é uma forma de ajudar, conhecer moradores locais e desenvolver o inglês. Assim, conhecemos um projeto que limpa uma das praias de Dublin todo terceiro sábado do mês. E, surpresa....

É inimaginável a quantidade de lixo em um pequeno espaço! Fiquei duas horas recolhendo lixo de uma pequena área e sabem o que catei? Vejam só: 

Muita, muitaaaaaaaaaa garrafa de pet (água mineral e refrigerante); copos descartáveis; sacolas plásticas aos montes, muitaaaaa latinha de cerveja e refrigerante; camisinha, sim...preservativo; chinelo; pedaço de banco de carro; plástico, plástico e plástico! 







Gostaria também de deixar uma reflexão sobre os nossos padrões de consumo, pois temos que revê-los urgentemente! Uma curiosidade que percebemos aqui e na França é que nos bares e restaurantes se você quiser beber água, ela é de graça, você não é obrigado a comprar uma garrafa de água mineral. Vamos começar um protesto aí no Brasil também pessoal: NÃO SOU OBRIGADO A COMPRAR GARRAFA DE AGUA MINERAL!! 

Que tal voltarmos com o velho e refrescante filtro de barro, garrafas de vidro em nossas geladeiras e passarmos a andar com a nossa própria garrafa?? Se a gente quiser, podemos fazer muito! 


Grande abraço pessoal e até a próxima! 

FOTOS: Henrique Pederneiras


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mobilidade Urbana em Paris e os R$ 0,20 do Brasil!

Pois é, esses são os R$ 0,20 centavos mais conhecidos da história do Brasil! Essa quantia levou a um inimaginável levante popular no Brasil que provocou uma reação em cadeia. Dos R$ 0,20 de aumento na passagem do transporte da capital de São Paulo a exigências como: melhoria dos transportes públicos, da educação, da saúde; clamor por reforma política, respeito, fora corrupção, etc... E é por isso que o Educações pelo Mundo se sente na obrigação cidadã de fazer um post para colaborar com o debate democrático que ocorre no Brasil e no mundo. 

Ao chegar em Paris e ter contato com os meios de transporte público daqui,  fiquei com a ideia de fazer um vídeo sobre as facilidades de locomoção que essa cidade oferece. Estava no processo de captar imagens e fotos para bolar um vídeo....... quando a revolução estourou!

O vídeo ainda não está pronto, pois resolvemos incluir imagens da manifestação ocorrida aqui em Paris no dia 22/06, então, por enquanto vou registrar com textos e fotos. Espero que gostem e compartilhem a experiência e opinião de vocês! Mas antes quero deixar algo bem claro, tudo o que relato aqui não é para mostrar como a França é melhor que o Brasil!! Não, não é essa a proposta! A ideia é mostrar soluções que julgo interessantes e que podem contribuir para as cidades onde vivemos no Brasil, soluções que podemos propor em instâncias públicas ou privadas para a melhoria do transporte nas nossas cidades. Blz? 

Então....


BICICLETAS

Essas são as minhas favoritas! Em toda a cidade há pontos de "aluguel" de bicicletas, e eu coloco aluguel entre parênteses porque o valor para pegar uma bicicleta é de somente 1,70 euros para usar um dia inteiro (24h). Você pode fazer planos de uma semana a um ano para poder usar as bicicletas em toda a cidade. E vocês não irão acreditar, o pacote de 1 ano custa de 19 a 39 euros somente, lhe permitindo uso ilimitado. 

Mas não tem só as bicicletas do Vélib, várias pessoas possuem suas bicicletas que usam para ir para todo lugar em Paris. Tem até estacionamento para vélo (bicicleta em francês), vocês acreditam? Eu fiquei tão encantada, que até comecei um projeto fotográfico para registrar as bicicletas de Paris, hehehe. E o mais bacana é você ver mulheres de salto, homens de terno e gravata andando pela cidade de bicicleta, é muito inovador para mim! Algo tão antigo e tão inovador para os dias de hoje! Bicicletas! 














Pontos do Velib para pegar uma bicicleta. Elas são ótimas, tem farol de led, sininho (buzina), cestinha e luz traseira, hehe, muito bom! 





Estacionamento de bicicleta. Questão de prioridade! Uma cidade que ainda tem muito carro na rua, mas mesmo assim prioriza um espaço para você estacionar sua bicicleta. E se tem estacionamento de bicicleta tem também ciclovias! 






METRÔ, ÔNIBUS E TREM

Nunca vi nada igual! Qualquer lugar que você quiser ir em Paris você vai de metrô. É incrível! Dá uma olhadinha no mapa do metrô...




Além de tudo, as informações são fáceis de entender, estão em todas as estações e é tudo muito bem sinalizado. Facilmente você fica autônomo na cidade conseguindo andar sozinho para todo lado. Para comprar os tickets você procura uma máquina que tem instruções em inglês, francês e espanhol, mas ainda muita gente tem dificuldade para usá-las, e muitas vezes os informantes não tem a mínima paciência com os turistas...um ponto negativo. Além de ter estações bem sujas, mas também muita gente joga lixo no chão, faz xixi nas estações, é complicado manter tudo sempre muito limpo. 

E por falar em tickets, temos por aqui o Navigo e o Navigo Découverte (para turistas/de passagem). Esses tickets, na minha opinião, são fantásticos! Você paga um valor de 65 euros por mês (esse valor varia de acordo com a zona de abrangência) e tem acesso ilimitado a metrô e ônibus durante os dias de semana, e ao RER (trens que vão para zonas mais afastadas de Paris) nos finais de semana. Ou seja, você pode andar em Paris, pegar quantos ônibus e metrôs que você quiser no mês e você paga um valor fixo. Para turistas, tem a opção de comprar o Navigo Décourverte de 1 semana, que sai mais barato  que comprar ticket avulso. 




Tanto nas estações de metrô quanto nas paradas de ônibus você tem um informativo eletrônico que lhe informa quantos minutos faltam para os próximos metrôs/ônibus chegarem. 





Os ônibus estão sempre (pelo menos os que eu já vi e peguei) em um excelente estado de limpeza e conservação. 




Os trens ligam Paris a várias cidades da França e da Europa. 








TRANSPORTES ALTERNATIVOS




Andar a pé, de patinete, patins e skate! Sim, tem muita gente que opta por eles, e não são poucos! O patinete então, é muito usado pela garotada e até por madames em cima do salto. 


CARROS E MOTOS

Mesmo com toda essa estrutura, na cidade de Paris há um trânsito absurdo, mas vale lembrar que ela é uma das cidades mais populosas do mundo e uma das que recebe o maior número de turistas. Além disso, ainda tem muita gente que não quer abrir mão do seu "conforto", e também há aquelas que realmente precisam de usar carro. Mas podemos perceber claramente que a cidade não dá prioridade para o uso de carro, pois a maioria das ruas são pequenas e estreitas, os passeios são mais largos e há poucos prédios com garagem.  

Mas existe aqui também, assim como as bicicletas, pontos espalhados pela cidade em que você pode "alugar" um carro. Só que o diferencial desses carros é que eles são elétricos. Quando vi esses pontos pela primeira vez, fiquei me perguntando: por que será que esses carros ficam ligados em algo semelhante a uma tomada??? kkkkk















Enfim, espero que tenham gostado desse post e que ele possa contribuir para pipocar ideias em nossas cabeças e propormos alternativas para a nossa cidade. 



Até o próximo post!  



Fotos: Henrique Pederneiras e Fernanda Araújo

Sites consultados:

http://www.velib.paris.fr; http://viverparis.blogspot.fr; http://www.viajenodetalhe.com.br. 



domingo, 9 de junho de 2013

Bazar ao Ar Livre e a Morada do Amanhã!


 



Quando olhamos para o horizonte podemos ver o encontro de dois mundos: o que é hoje e o que será amanhã. Muitas vezes nos esquecemos que o que plantamos hoje colheremos no futuro, esteja ele perto ou longe. 

Essa reflexão vem a partir de uma visita a " Cidade das Ciências e da Indústria" aqui em Paris para conhecer a exposição: Habiter Demain. Ré-inventons  nos lieux de vie. A exposição traz uma mostra com as possilidades de inventar e reinventar o futuro das nossas moradas. Trazendo dados de diferentes modos de morar pelo mundo, a exposição mostra que o menos, será sinal de mais para o futuro. Menos objetos de plástico, menos "tralha" guardada em casa. A proposta para o presente é compartilhar! Compartilhar energias renováveis, jardins e espaços coletivos em um edifício por exemplo, é requisito fundamental para as construções do futuro. 

Grama no telhado, plantas nas paredes externas, horta, jardins no térreo, placas solares, miniturbinas eólicas no telhado de casa? Pois é, essas são as moradas do futuro. 




Encontrei uma informação nessa exposição que revela que as famílias do século XXI possuem uma média de 100 a 200 objetos dentro de casa, isso parece pouco, mas quando você coloca tudo para fora de casa você percebe o quanto temos de coisas "para dar e vender". 

A exposição traz fotos que comparam famílias de vários países do mundo com todos os seus pertences do lado de fora de casa; mostra como ainda existem muitas pessoas que vivem em condições inabitáveis e que é urgente rever os padrões de consumo da atualidade. 

Rever conceitos e atitudes, mudar e reiventar nosso modo de viver! Essas são as propostas da exposição, que traz momentos interativos em que temos, por exemplo, que construir um edifício coletivo, onde você escolhe o material, como vai ser o sistema de distribuição de água, o sistema de ventilação, etc. A exposição é muito legal! Quem tiver mais interesse em dar uma olhadinha é só ir no site: 

http://www.cite-sciences.fr/francais/ala_cite/expositions/habiter_demain/index.html


Henrique "construindo" um edifício. 


BAZAR NA RUA

Ontem fomos a exposição e hoje, quando acordamos e olhamos pela janela, vimos  no meio da rua um aglomerado de gente. Nos perguntamos: o que será que está acontecendo? O Henrique foi comprar pão e quando volta lhe pergunto: -  e aí? O que acontece? E ele me responde: - tem um monte de gente vendendo objetos, móveis de casa na rua!

Eu só pensei: tenho que sair para ver e fotografar isso! 

Crianças vendendo seus brinquedos antigos, famílias vendendo móveis, sapatos, roupas, vinis, cd's, dvd's; tinha de tudo! A experiência foi muito interessante, pois é uma nova proposta para o amanhã, o compartilhar. Por que eu tenho que comprar tudo novo? Alimentar um sistema que tem que degradar a natureza para tirar dela os recursos naturais para produzir mais objetos? Juntar objetos dentro de casa e deixar guardado o que não usamos, achando que um dia vamos usar, tornou-se uma prática insustentável. 

E pensando bem, é uma proposta interessante para uma associação de bairro; junta os moradores, cada família monta seu ponto de venda, ou troca; tem aquele que quer vender uns aperitivos, tem a banda que tocar e divulgar sua música...GOSTEI! 

Fotos da feira/bazar:






















Pois é pessoal, só queria compartilhar essa experiência com vocês! hehehe! 

Grande abraço! 


FOTOS: Fernanda Araújo