Outono! Não consigo descrever em palavras o que é presenciar a magia dessa estação...! Chegamos na Alemanha no começo de outubro, o outono também estava chegando aos poucos. Tivemos o privilégio de presenciar todas as estações do ano aqui na Europa, e mesmo eu sendo de um país ensolarado como o Brasil, não foi o verão daqui que mais me fez suspirar..., mas o outono!
Folhas dos mais diferentes tons de amarelo e laranja no chão, aquele sentimento melancólico no ar ... a natureza se prepara para passar por mais uma metamorfose, em que ela vai deixar a última beleza das folhas aparecer, para então desaparecer com o inverno.
O começo do outono
Pura poesia
Um pontinho amarelo
Melancólico
Surreal
Quando você ouve o nome Alemanha, o que vem em sua mente?
Bom, vou compartilhar com vocês o que eu pensava: a primeira coisa que vinha em minha mente era Hitler, nazismo, povo frio, língua difícil de entender e a queda do muro de Berlim! No entanto, fui surpreendida com um povo inteligente, super consciente com as questões ambientais e muito sensível.
Sempre temos a tendência de generalizar comportamentos e aceitar o que nos mostram nos livros de história, escola e televisão. É por isto que viajar é tão bom, pois você tem a oportunidade de conversar olhando dentro dos olhos das pessoas, sentir o calor de suas histórias e a verdade dos momentos vividos. E é assim que começo a conhecer e aprender um pouquinho mais sobre a história que a escola não me contou.
A cidade de Bremen, fica mais ao norte da Alemanha e é onde ficamos cerca de um mês e meio na casa dos tios do Henrique, que aliás foram maravilhosos! Não temos palavras para agradecer tanto carinho que recebemos da Zoca e do Axel! Muito obrigada!
Jantar de Ano Novo
A escola não me ensinou e mostrou a história de muitos alemães vítimas da guerra, que muitos deles privilegiam modos mais sustentáveis de vida, que gostam de ter o seu jardim para plantar sua própria comida, que gostam de aprender de tudo, que adoram maçãs, que passaram fome durante a guerra e que ajudaram muitos russos a não serem mortos pelos nazistas. Posso dizer, eles não são frios e não se acham os donos do mundo. Com certeza não posso cometer o mesmo erro de generalizar, é claro que você encontra alemães frios e etc, como você encontra brasileiros frios e até nazistas. O que quero compartilhar é essa experiência que a viagem me proporcionou, de quebrar tabus, estereótipos.
A mãe do Axel é uma senhora de 87 anos que nos contou um pouquinho sobre os momentos da guerra, os quais ela presenciou. Ela era professora e ativista, ensinava alemão para os russos e os escondia dos nazistas. Presenciou pessoas morrendo, passou momentos muitos difíceis e disse que não sabe como saiu viva da guerra. A região onde eles viviam foi uma região muito atingida pela guerra, pois era onde haviam muitas indústrias, a parte desenvolvida do país. Um dia desses tiveram que isolar a cidade, pois acharam uma bomba enterrada na região onde ela mora.
Em Bremen o governo forneceu terras para as pessoas depois da guerra para elas plantarem e terem o seu próprio jardim, tem um monte deles espalhados pela cidade. Ao fazermos um dos nossos passeios de bicicleta, passamos por esses jardins, e uma mulher nos chamou para entrar e nos deu maçãs e ameixas do Japão.
Sabe o que eu descobri? As histórias não contadas pela escola dão boas histórias!!
OS JARDINS DE BREMEN
Pequena horta
Jardins de couve
Escrevo esse post porque realmente não esperava encontrar e aprender tanta coisa legal na Alemanha. E para dizer: VIAJEM, VIAJEM MUITO SEMPRE QUE PUDEREM!! Como diz Mário Quintana: viajar é trocar a roupa da alma!
Viajemos pra África, pro Japão, pra Paraíba ou pro Sertão
Viajemos pra rua ao lado, pro Jequitinhonha ou pro Sudão
Converse com as pessoas mais simples, e
corra dos lugares turísticos!
Viaje pra sua alma, sim lá no fundinho...
Viaje!
Grande beijo a todos!
FOTOS: HENRIQUE PEDERNEIRAS E FERNANDA ARAUJO